Sinais de Perigo - principais características de um Serial Killer (Parte 1)

 Texto com conteúdo violento e não indicado para pessoas sensíveis.

      Mensagem da escritora: Eu havia pensado inicialmente em escrever um texto despretensioso, trazendo algumas características principais de um serial killer e também alguns "sinais de perigo" que pudessem nos ajudar a identificar um potencial assassino em série, psicótico ou psicopata. Mas, eu acabei me aprofundando um pouco mais na pesquisa e não conseguiria contemplar tudo o que gostaria de escrever sobre o assunto em um mísero post. Então, esse será o primeiro de uma série que vou começar aqui no blog. Não sei ainda quantos textos serão, mas já adianto que vamos começar com os sinais de perigo e passar por análises de cenas de crime, traçar perfis criminais e muito mais! Agora vamos ao primeiro texto dessa série. 

Um abraço quentinho e boa leitura! 

 

"De todas as criaturas já feitas, o homem é a mais detestável... Ele é a única criatura que causa dor por esporte, com consciência de que isso é dor." 

Mark Twain

imagem retirada do Google


 

   Antes de tudo, é importante sabermos a origem do termo "serial killer" que até pouco tempo atrás (historicamente falando) os assassinos em série não tinham uma categoria específica de que tipo de criminosos eram, para serem colocados. E durante a maior parte de século XX a mídia nunca havia feito menção ao termo "assassino em série". Só que o fato de até então não existir um termo adequado para denomina-los não significava que eles não existiam. 

Em matérias de jornais antigas é possível encontrar menções ao termo "homicida em massa" para se referir à criminosos que hoje conhecemos como serial killers, ou assassinos em série. 


  O termo "serial killer" ficou bastante conhecido após o agente Robert Ressler do FBI (Federal Bureau of Investigation) utilizá-lo na Unidade de Ciência Comportamental, em Quantico, no EUA, juntamente com seu colega de equipe John Douglas (que tempos depois escreveu o livro MindHunter). 


  Ressler conta que conheceu o termo no início de 1970, enquanto participava de uma conferência na academia de polícia britânica, momento em que um colega fez alusão ao termo "crimes em série" para se referir a uma série de crimes cometidos por uma mesma pessoa. Ele ficou bastante empolgado com o termo e passou a usá-lo em suas palestras para se referir a homicidas que praticavam seus crimes de formas bastante repetitivas, dando "origem" ao termo Serial Killer. 


  Por mais que o termo tenha sido difundido e hoje em dia é muito conhecido, existem muitas discussões acerca das definições que caracterizam um serial killer. Ele precisa matar quantas pessoas para ser considerado um serial killer? Precisa haver um intervalo de tempo entre um crime e outro? Os assassinatos têm que ocorrer em lugares diferentes? 


  Bom, depende muito de cada caso. Mas uma coisa que podemos afirmar com certeza, é que sim, o lugar e o tempo em que os crimes são cometidos são bem importantes para conseguirmos diferenciar os assassinos em massa, dos assassinos em série. 


  Os assassinos em massa são indivíduos suicidas que exterminam um grupo de pessoas de uma só vez. Conhecemos esses casos como "massacres", aqueles em que alguém adentra um local e atira em todos que estão ali, matando qualquer pessoa sem ter uma vítima específica ou pré-definida. Eles normalmente são tomados por um lapso de loucura e decidem matar qualquer um que aparece em seu caminho. 


 Já os assassinos em série, passam seu tempo fantasiando sobre dominação, tortura e assassinato. Quase sempre a finalidade do crime tem conotação sexual e sua excitação atinge o clímax com o sofrimento das vítimas. Isso acaba se tornando um ciclo vicioso, pois, de modo geral, o assassino em série não consegue controlar os seus impulsos sádicos que muitas vezes são acompanhados por uma desordem crônica e progressiva que passam por alguns estágios: 


  • Fase áurea: quando o assassino começa a perder a compreensão da realidade;

  •  

  • Fase da pesca: quando o assassino procura a sua vítima ideal; 


  • Fase galanteadora: quando o assassino seduz ou engana a sua vítima; 


  • Fase da captura: quando a vítima cai na armadilha; 


  • Fase do assassino ou totem: auge da emoção para o assassino; 


  • Fase da depressão: ocorre após o assassinato. 


  Assim que o assassino em série entra na fase da "depressão", engatilha novamente o início de todo o processo, e ele busca por novas vítimas. 


   Além disso, os serial killers são divididos em quatro tipos: 


   Os visionários: indivíduo completamente insano, psicótico. Ouve vozes dentro de sua cabeça e as obedece, como um esquizofrênico pode sofrer de alucinações e/ou ter visões. 


  Os missionários: socialmente não demonstram ser um psicótico, mas em seu interior tem a necessidade de "livrar" o mundo do que julga ser imoral ou indigno e escolhe suas vítimas a partir de suas crenças. Normalmente o grupo escolhido para matar são prostitutas, homossexuais, mulheres ou crianças. 


  Os emotivos: mata por diversão. Esses realmente têm prazer em matar e utiliza requintes de crueldade, além de serem extremamente sádicos. Sentem prazer no próprio processo de planejamento do crime. 


  Os sádicos: é o assassino sexual. Mata por desejo. Seu prazer é proporcional ao sofrimento da vítima sob tortura. A ação de torturar, mutilar, e matar lhe traz prazer sexual. Canibais e necrófilos fazem parte desse grupo. 


  Existem outros aspectos psicológicos que muitos assassinos em série têm em comum, tanto em seu modus operandi quanto em seu passado. 


   É claro que não é possível definir se uma criança será ou não uma assassina em série na vida adulta, mas a Tríade MacDonald, ou tríade psicopatológica é uma terrível e real coincidência entre muitos serial killers. 


  A Tríade MacDonald consiste na prática de piromania, sadismo precoce e na enurese (que é mais uma característica desses indivíduos, do que uma prática propriamente dita). 


  • Enurese é a incontinência urinária sem conhecimento, micção involuntária e inconsistente. É muito comum que crianças pequenas acabem por urinar na cama durante a noite, mas quando esse problema persiste durante a puberdade, pode ser um sinal de distúrbio mental significativo e até mesmo perigoso. De acordo com os estudos realizados pela Unidade de Ciência Comportamental do FBI, 60% dos assassinos em série sofriam desse distúrbio na adolescência. 

 

  • Piromania é um distúrbio mental no qual o indivíduo produz incêndios por prazer. É uma prática que muitas vezes começa na infância, essa vontade parte de instintos destrutivos que não conseguem ser controlados. Alguns dos mais notórios serial killers foram incendiários juvenis e de acordo com o especialista na psicologia da perversão, Wilhelm Stekel, há sempre um motivo erótico na raiz do comportamento piromaníaco. E, embora existam alguns motivos como a vingança para justificar tais atos incendiários, o piromaníaco se sente sexualmente atraído pelas chamas e sentem prazer ao vê-las queimar. 

 

  • Por fim, o Sadismo Precoce, consiste no prazer em torturar animais. Essa sem dúvidas é a característica mais recorrente entre os serial killers. Quase todos torturaram animais quando jovens e por mais perturbador que essa prática possa parecer, a maioria deles a encara como "parte do processo". Eles enxergam esses animais enquanto criaturas inferiores e por esse motivo não conseguem sentir remorso ou empatia. É comum que psicopatas violentos tenham estripado animais de estimação, os dissecados, queimando-os vivos, cortado suas patas, e cometido tantas outras brutalidades contra os bichinhos.  


A terapeuta Stephanie LaFarge, da Sociedade Protetora dos Animais (American Society for Prevention of Cruelty to Animals, ASPCA) diz que: quem machuca animais tem o potencial de fazer o mesmo com pessoas. 


  E de fato, o sadismo na infância quando não tratado, evolui para crueldades mais extremas com o passar do tempo, até o momento em que torturar animais não é mais suficiente. E então eles passam a procurar por humanos para saciar suas fantasias mais obscuras e letais.  


Para assassinos em série, torturar animais não é uma fase. É como um ensaio. 


Fontes de Pesquisa:

  • Livro "Serial Killers - Louco ou Cruel?"
Ficha Técnica do livro
  • Título: Serial Killers - Louco ou Cruel?
  • Autora: Ilana Casoy
  • Editora: DarkSide Books
  • Ano de publicação: 2017
Link para comprar o livro: https://amzn.to/3xKUCWN 
  • Livro "Anatomia do Mal - O dossiê definitivo sobre assassinos em série"
Ficha Técnica do livro
  • Título: Anatomia do Mal - O dossiê definitivo sobre assassinos em série
  • Autor: Harold Schechter
  • Editora: DarSide Books
  • Ano de publicação: 2013
Link para comprar o livro: https://amzn.to/3els6mB
  • Livro "Mindhunter - O primeiro caçador de serial killer"

Ficha Técnica do livro
  • Título: Mindhunter - O primeiro caçador de serial killer
  • Autores: John Douglas e Mark Olshaker
  • Editora: Intrínseca 
  • Ano de publicação: 2017
Link para comprar o livro: https://amzn.to/3tVyS7s


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Por Thainá Bavaresco.

Comentários

  1. Caralhooooo, que texto foda, sério...curti 👏

    E aliás, passar o dia lendo, e estudando sobre serial killers, não é uma característica de uma futura serial killer não né? Hahaha 😝

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    Respostas
    1. HAHAHAHAHHAHAHAHHA obrigadaaa!!!
      E tomara que não seja O.o

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