O BRUTAL ASSASSINATO DE JUNKO FURUTA

A história a seguir contém descrições de crimes extremamente violentos: estupro, tortura seguida de morte e abusos físicos e psicológicos. Não indicada para pessoas sensíveis e é recomendada para maiores de 18 anos.

"Lembre-se de mim quando as flores desabrocharem no início da primavera; lembre-se de mim nos dias ensolarados e na diversão que o verão traz; lembre-se de mim no outono enquanto você caminha pelas folhas de ouro; e no inverno, lembre-se de mim nas histórias que são contadas. Mas acima de tudo, lembre-se que cada dia, desde o início eu estarei sempre por perto, porque vivo dentro do seu coração."

Junko Furuta nasceu no dia 18 de janeiro de 1971, em Misato, uma cidade japonesa localizada na província de Saitama. Junko morava com seus pais, e irmãos.



Ela estudava no colégio Yashio-Minami e trabalhava meio período em uma fábrica de moldagem de plástico desde outubro de 1988. Ela conciliava trabalho e estudos para guardar dinheiro e fazer uma viagem de formatura, viagem essa que Junko planejava há bastante tempo.

Apesar de trabalhar meio período e ter apenas o horário da noite para estudar, Junko tirava excelentes notas e era considerada popular e querida em sua escola. De acordo com colegas de classe, o sonho de Junko era se tornar cantora.

Porém, no dia 25 de novembro de 1988, esse sonho foi interrompido para sempre. Hiroshi Miyano e Shinji Minato vagavam por Misato em busca de mulheres para roubar e estuprar. Junko havia saído mais tarde do trabalho naquele dia e quando voltava para casa às 20h30, Hiroshi e Minato avistaram Junko.

Os garotos estudavam na mesma escola de Junko, Hiroshi, inclusive, era ressentido com Junko por ela nunca corresponder as suas investidas. E naquele dia Hiroshi quis se vingar, ele se afastou de Minato e ordenou que ele derrubasse Junko de sua bicicleta, Minato então chuta a bicicleta e Junko cai na rua, Hiroshi fingindo espanto, se oferece para ajudar Junko.

Após ajudá-la, Hiroshi se oferece para acompanhá-la até sua casa, para que ela pudesse chegar em segurança. Como eles eram colegas de classe, Junko aceita a companhia de Hiroshi.

Minutos depois Junko percebe que eles não estavam fazendo o caminho para sua casa e Hiroshi a leva para um armazém abandonado, diz fazer parte da máfia Yakuza e estupra Junko.

Em seguida Hiroshi ameaça matar Junko se ela não o acompanhar até um hotel. Quando eles chegam ao hotel, Hiroshi liga para Minato e seus outros amigos, Jō Ogura e Yasushi Watanabe, para se gabar dos crimes que acabará de cometer.

De acordo com informações, Ogura teria pedido a Hiroshi para que deixasse Junko em cativeiro para que eles também pudessem estuprá-la. O grupo tinha um histórico de cometer estupros coletivos, sequestros entre outros crimes. Mas nos demais estupros eles acabavam libertando as vítimas depois, infelizmente não foi o que aconteceu com Junko.

Quase todos os garotos eram adolescentes, Hiroshi Miyano tinha 18 anos, Jō Ogura, 17, Shinji Minato, 16 e Yasushi Watanabe, 17. Posteriormente eles seriam referidos como "A", "B", "C" e "D" respectivamente, em documentos judiciais.

Na época do crime, eles usavam o segundo andar da casa de Minato como ponto de encontro. Hiroshi era o líder do grupo e tinha um histórico de comportamento problemático desde o ensino fundamental, e cometia crimes como furtos em lojas e danos contra o patrimônio escolar.

Por volta das 3h00 da manhã do dia 26 de novembro, Hiroshi leva Junko para um parque, onde Minato, Ogura e Watanabe estavam esperando. Eles descobriram o endereço da casa de Junko em um caderno quando reviraram a mochila da garota e disseram a ela que sabiam onde ela morava, e que membros da Yakuza matariam sua família se ela tentasse escapar.

Em seguida eles a levaram para uma casa no distrito de Ayase, em Adachi, e novamente, Junko é estuprada. A casa era de propriedade dos pais de Minato, e logo se tornou o ponto de encontro de vários homens e adolescentes, pois os garotos divulgaram que havia uma garota "disponível para sexo" no local.

No dia 27 de novembro de 1988, 2 dias após o sequestro de Junko seus pais acionaram a polícia para registrar o seu desaparecimento. Para desencorajar uma investigação mais aprofundada, os sequestradores de Junko a forçaram a ligar para sua mãe 3 vezes para convencê-la de que ela havia fugido, que estava bem e morando com alguns amigos.

Na mesma semana os pais de Minato retornaram para sua casa, a casa em que Junko era mantida refém, como eles não queriam libertá-la, a obrigaram fingir ser namorada de um deles.

Mas algum tempo depois ficou claro para os pais de Minato que Junko não era namorada de ninguém e estava sendo mantida em cativeiro, porém, os pais de Minato não os denunciariam à polícia pois tinham medo do próprio filho, que já costumava ser bem violento com eles.

Na noite do dia 28 de novembro, Hiroshi convidou outros dois meninos para a casa de Minato, eles se chamavam Tetsuo Nakumara e Koichi Ihara. Quando chegaram foram para uma sala do andar de cima, onde Junko estava sentada vestindo uma camiseta de manga comprida e uma saia que Hiroshi havia roubado de uma loja de roupas alguns dias antes.

Nesse momento os garotos puxaram Junko pelo braço, ela reagiu, gritou por socorro e tentou fugir, mas Hiroshi agarrou suas pernas e Ihara colocou um travesseiro sobre seu rosto. Os pais de Minato acabaram acordando com o barulho e foram verificar o que estava acontecendo, mas Minato disse que não era nada, e eles voltaram a dormir.

Então, os garotos estupraram Junko, ela passou a noite sofrendo estupros coletivos e outros tipos de violência, em dado momento ela entrou em um estado de inconsciência, e olhava para o teto sem piscar.

O grupo manteve Junko em cativeiro na casa de Minato por mais de 40 dias, onde a espancaram, estupraram e a torturaram repetidamente. Eles também convidaram outros homens e adolescentes para estuprar e torturar Junko.

Estimasse que Junko tenha sido estuprada mais de 500 vezes por mais de 30 homens e adolescentes. Em depoimentos posteriores foi dito que Junko foi estuprada por cerca de 12 homens em um único dia. Além disso, mais de 100 pessoas ficaram sabendo que uma garota estava presa na casa de Minato, mas nenhuma delas a ajudou ou denunciou os garotos para a polícia.

De acordo com as declarações dos próprios garotos em depoimentos posteriores, os quatro rasparam os pelos pubianos de Junko, a obrigaram a dançar nua e se masturbar na frente deles. Em noites mais frias eles obrigavam Junko a dormir com pouca roupa no chão da varanda da casa de Minato.

Durante todos os dias em que Junko esteve em cativeiro ela foi estuprada e torturada de diversas formas. Os sequestradores e outros homens que também participaram dessa barbárie introduziam objetos na vagina e ânus de Junko, incluindo um fósforo aceso, uma haste de metal e um pedaço de mamadeira. Em outro dia eles ascenderam fogos de artifício no ânus de Junko e a alimentaram à força com grandes quantidades de álcool, leite e água. Ela também foi forçada a fumar vários cigarros ao mesmo tempo e inalar diluente.

Em um incidente, Hiroshi queimou as pernas e braços de Junko com fluido de isqueiro sistematicamente. No final de dezembro, Junko estava gravemente desnutrida depois de ser alimentada apenas com pequenas quantidades de comida e, eventualmente, apenas com leite. Devido a seus ferimentos graves e queimaduras infectadas, ela se tornou incapaz de andar ou ir ao banheiro que ficava no andar de baixo da casa de Minato e ficou confinada ao chão de um quarto.

A aparência de Junko foi drasticamente alterada pela brutalidade dos ataques. Seu rosto estava tão inchado que era difícil distinguir suas feições, a essa altura Junko pedia para que eles a matassem logo, pois ela não aguentava mais. Seu corpo também estava completamente prejudicado, irreconhecível e exalava um cheiro de carne putrefata, o que fez com que os quatro meninos perdessem o interesse sexual por ela. Como resultado, os garotos sequestraram e estupraram uma mulher de 19 anos que, como Junko, estava voltando do trabalho para casa.

Nesse meio tempo, Junko estava prestes a se formar no ensino médio e como estava desaparecida, em sua formatura o diretor da escola entregou o seu diploma aos seus pais.

No dia 4 de janeiro de 1989, depois de perder um jogo de mahjong contra outra pessoa na noite anterior, Hiroshi decidiu descarregar sua raiva em Junko derramando fluido de isqueiro em seu corpo e incendiando-a. Foi dito que Junko tentou apagar o fogo, mas gradualmente seu corpo parou de reagir.

Os garotos passaram a espancá-la, chutaram seu corpo, acenderam uma vela e pingaram cera quente em seu rosto, depois disso eles colocaram duas velas curtas em suas pálpebras e a forçaram a beber sua própria urina. Após a série de espancamento, Junko começou a ter convulsões severas e seu corpo parou após alguns minutos, como se ela tivesse desmaiado.

Junko estava coberta de sangue e suas queimaduras estavam cheias de pus. Os garotos a cobriram com sacos plásticos e continuaram a espancá-la, depois jogaram uma bola de ferro em seu estômago várias vezes. O ataque teria durado cerca de duas horas e Junko não suportou os graves ferimentos e morreu.

Menos de 24 horas após sua morte, o irmão de Minato ligou para ele e disse que Junko parecia estar morta. Com medo de serem pegos por assassinato, o grupo envolveu o corpo de Junko em cobertores e a colocaram em um tambor de 55 galões (210 litros) e o encheram com concreto molhado. Por volta das 20h, eles descartaram o barril num terreno baldio.

No dia 23 de janeiro de 1989, Hiroshi e Ogura foram presos pelo estupro coletivo da menina de 19 anos que haviam sequestrado em dezembro. E dois policiais conduziram o interrogatório, pois haviam encontrado roupas íntimas femininas em seus endereços.

Durante o interrogatório, Hiroshi acreditava que um dos policiais estava ciente de sua culpa no assassinato de Junko, pois os policiais não haviam mencionado o nome de nenhuma vítima, apenas o crime de estupro coletivo. E imaginando que Ogura havia confessado os crimes contra Junko, Hiroshi disse à polícia onde encontrar seu corpo.

Inicialmente os policiais não entenderam a confissão de Hiroshi, pois eles nem sabiam do assassinato de Junko e estavam investigando outro crime, porém, a polícia foi averiguar a informação do local que Hiroshi havia dado e no dia seguinte encontraram um barril azul, com cabelos que pareciam humanos para fora do concreto.

Dias depois Junko foi identificada por meio de impressões digitais, seu corpo estava completamente irreconhecível e violado. No dia 1 de abril de 1989, Jō Ogura foi preso por uma agressão sexual separada da de Junko e, posteriormente, acusado pelo assassinato de Junko.

A prisão de Watanabe, Minato e o irmão de Minato se seguiram. Vários outros cúmplices que participaram dos abusos contra Junko foram oficialmente identificados e acusados, incluindo Tetsuo Nakamura e Koichi Ihara, que foram acusados de estupro depois que seu DNA foi encontrado no corpo de Junko.

As identidades dos meninos foram mantidas em sigilo pelo tribunal, pois quase todos os envolvidos eram menores de idade no momento do crime. Porém, Jornalistas da revista Shūkan Bunshun descobriram suas identidades, e as publicaram.

Os jornalistas afirmaram que, dada a gravidade do crime, os acusados não mereciam ter seu direito ao anonimato garantido. Todos os quatro garotos se declararam culpados de "cometer lesões corporais que resultaram em morte", mas não reconheciam o crime de assassinato.

Para eles Junko estava fingindo sentir dor, pois em depoimentos dados à polícia, eles disseram que não sabiam que os ferimentos eram graves e não acreditavam que poderiam matar Junko.

Em julho de 1990, um tribunal de primeira instância condenou Hiroshi a 17 anos de prisão.

Ele recorreu da sentença, mas o juiz da Suprema Corte de Tóquio, Ryūji Yanase, o sentenciou a mais três anos de prisão. A sentença de 20 anos é a segunda sentença mais longa dada no Japão antes da prisão perpétua. Hiroshi tinha 18 anos na época dos crimes, então sua sentença foi a mais longa.

Hiroshi solicitou o direito à liberdade condicional em 2004, mas o pedido foi indeferido. Somente em 2009 ele foi posto em liberdade, mas acabou sendo preso novamente em janeiro 2013 por fraude. Mas, devido à insuficiência de provas, ele foi libertado sem acusação no final daquele mês.

Nobuharu Minato, que originalmente recebeu uma sentença de seis anos, foi novamente sentenciado a nove anos pelo Juiz Ryūji Yanase da Suprema Corte de Tóquio, mediante recurso. Ele tinha 16 anos na época do assassinato. Os pais e o irmão de Minato não foram acusados.

Os pais de Junko ficaram abismados com as sentenças recebidas pelos assassinos de sua filha e ingressaram com uma ação cível contra os pais de Minato, pois eles sabiam dos crimes que todos os garotos cometiam contra Junko e não fizeram nada, assim, o tribunal cível os condenou a pagar uma indenização de ¥ 50 milhões para a família de Junko.

Após sua libertação, Minato foi morar com sua mãe. No entanto, em 2018, ele foi preso novamente por tentativa de homicídio depois de espancar um homem de 32 anos com uma barra de metal e cortar sua garganta com uma faca.

Yasushi Watanabe, que foi originalmente condenado a quatro anos de prisão, recebeu uma sentença aumentada de sete anos. Ele tinha 17 anos na época do assassinato. Por seu papel no crime, Jō Ogura cumpriu oito anos em uma prisão juvenil antes de ser libertado em agosto de 1999.

Após sua libertação, ele assumiu o nome de família "Kamisaku" quando foi adotado por um apoiador dele. Foi dito na época que ele se gabava por ter participado do sequestro, estupro e tortura de Junko.

Em julho de 2004, ele foi preso por agredir um garoto e desde então se envolveu em diversos crimes e confusões. A mãe de Ogura supostamente vandalizou o túmulo de Junko, afirmando que ela havia arruinado a vida de seu filho.

Também foi relatado que Ogura gastou todo o dinheiro da família e que nunca pagou a indenização a família de Junko.

O funeral de Junko aconteceu no dia 2 de abril de 1989. Foi uma cerimônia emocionante e cheia de dor. Um de seus amigos discursou o seguinte:

"Jun-chan, bem vinda de volta. Nunca imaginei que nos veríamos novamente dessa maneira. Você deve ter sentido tanta dor... tanto sofrimento... Nós nunca vamos te esquecer. Ouvi dizer que o diretor lhe presenteou com um certificado de graduação. Então nós formamos juntos — todos nós. Jun-chan, não há mais dor, não há mais sofrimento. Por favor, descanse em paz..."

Ao menos três livros foram escritos sobre o crime e história de Junko. além de 2 filmes e um mangá.

A frase no início do post foi escrita no memorial de Junko, como se ela estivesse dizendo tudo aquilo às pessoas, para que sua história não fosse resumida as coisas terríveis que ela sofreu em cativeiro, mas para que fosse lembrada em vida, como uma adolescente de 17 anos feliz, cheia de sonhos e vida pela frente.

Fontes de pesquisa:

https://pt.frwiki.wiki/wiki/Meurtre_de_Junko_Furuta

https://coisasdojapao.com/2021/03/japonesa-assassinada-brutalmente-e-presa-no-concreto-pela-yakuza-o-caso-junko-furuta/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_Junko_Furuta

https://skdesu.com/junko-furuta-tudo-sobre-a-pior-morte-da-historia/

https://pt.findagrave.com/memorial/218631863/junko-furuta


Vídeos sobre o caso

https://www.youtube.com/watch?v=jnd5kBybLfA&ab_channel=Geisiele%21

https://www.youtube.com/watch?v=HFwr8KnN7OU&ab_channel=Barbaridades


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Por Thainá Bavaresco.

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