Elizabeth Báthory - A Condessa Sangrenta

 Resenha com conteúdo extremamente violento: crimes de tortura, assassinato em série e violência contra a mulher. Não é indicado para pessoas sensíveis e é recomendado para maiores de 18 anos.


Mensagem da escritora:
A história de Elizabeth é cercada por diversos contos fantasiosos que deram origem a grandes histórias de terror que permanecem vivas até hoje.  

 

Mas nunca houveram provas concretas de que os crimes que vou lhes contar agora de fato aconteceram. A condenação de Elizabeth foi baseada apenas em provas testemunhais e se tem notícias de que foi encontrado um diário em seu quarto, no qual estavam registrados os nomes de cada vítima de Elizabeth, escritos com a sua própria letra. Mas o diário nunca foi visto. 

 

Lenda ou não as histórias sobre a "Condessa Sangrenta" ecoaram por toda a Europa, ela foi considerada a primeira assassina em série sadomasoquista da terra e seu nome inspirou mais de oito bandas de black metal. Um amigo pessoal já falou detalhadamente sobre essas bandas em sua página profissional de heavy metal, o @moshinhell e lá você consegue ter uma ideia de quanto as histórias macabras sobre Elizabeth são relevantes e misteriosas. 

 

Nessa resenha eu me atentei aos fatos reais sobre essa história e deixei de lado o lúdico e sexual, porque nós não vamos tentar justificar crimes violentos por impulsos sadomasoquistas incorrigíveis. 


Dito isso, podemos prosseguir. Boa leitura!



"Uma das primeiras assassinas em série da história foi o tipo de garota que realmente colocou o "s" duplo em assassina – uma mulher marcada, sexualizada e vampirizada desde os registros de seu julgamento, descobertos em 1720."
 



Elizabeth Báthory nasceu no dia 07 de agosto de 1560, em Nyírbátor na Hungria. Era filha de Jorge Báthory de Ecsed e Anna Báthory de Somlyó. Sua família era extremamente rica e considerada um dos mais poderosos clãs da Europa Central e Elizabeth era a herdeira de toda a fortuna Báthory. 

 

Aos 10 anos de idade Elizabeth ficou noiva do conde Ferenc Nádasdy que na época era um adolescente de 15 anos. O jovem conde também era filho de uma abastada família húngara, e Elizabeth foi levada para morar com eles no Palácio de Nádasdy. 

 

Durante todo o noivado Elizabeth foi ensinada a administrar as imensas propriedades de seu futuro marido e quando completou 14 anos de idade finalmente se casou.  

 

O casamento entre Elizabeth e o conde Ferenc Nádasdy aconteceu no dia 08 de maio de 1574. A festa durou três dias e contou com a presença de 4.500 convidados. O presente de casamento que Nádasdy deu para Elizabeth, foi o Castelo Csejthe, ele foi construído em estilo gótico e ficava num lugar íngreme e solitário na Hungria. 

 

Nádasdy e Báthory eram agora o mais novo casal poderoso e de status social mais elevado de todo o reino.  

 

Mesmo provavelmente se amando eles demoraram 10 anos para ter o primeiro filho, isso apesar de incomum para a época aconteceu porque Nádasdy era um cavaleiro do rei que precisou deixar Elizabeth para lutar contra os otomanos. 

 

Eles sempre se comunicavam através de cartas, e Elizabeth sabia que não conseguiria ver seu marido tão cedo, até porquê a batalha ficou mais intensa e em 1591 a invasão otomana ficou conhecida pelo nome de "Guerra dos Treze Anos". Nádasdy era um excelente combatente, tanto que era chamado de "Cavaleiro Negro da Hungria".  

 

Ele amava a guerra e tinha prazer em torturar homens inimigos que eram capturados nas batalhas, Elizabeth se empolgava com os relatos que o marido fazia nas cartas que enviava para ela. Ele detalhava cada feito cruel e desumano para a esposa. 

 

Apesar de as guerras estarem comprometendo as riquezas da coroa, Elizabeth jamais sentiu os reflexos negativos da batalha, pois seu marido a enviava constantemente tesouros otomanos para garantir que a esposa mantivesse o nível de conforto em seu Castelo. 

 

Os Nádasdy-Báthory ficavam mais ricos a cada combate, o casal se tornou tão poderoso que só foi possível a Hungria continuar na Guerra poque eles emprestavam dinheiro para o rei.  

 

Como a família real, os Hapsburg estavam em dívida com o casal, eles se sentiam cada vez mais à vontade para torturar camponesas que Elizabeth conseguia em cidades vizinhas ao Castelo para que fossem suas criadas e verdadeiros objetos de tortura. 

 

Nádasdy certamente ensinou feitos macabros para a esposa sobre como torturar uma pessoa, como por exemplo: besuntar um pedaço de papel em óleo, colocar entre os dedos do pé de uma criada e atear fogo depois. Elizabeth se divertia ao ver a dor dessas pobres camponesas, e tudo piorou quando Anna Darvolya se mudou para o castelo a fim de fazer companhia a Elizabeth, já que Nádasdy conseguia ficar pouco tempo no castelo com a esposa. 

 

Anna acendeu uma chama ainda mais perigosa dentro de Elizabeth e a ensinou a matar. É claro que existiam especulações sobre o que acontecia dentro do castelo, mas para a lei, Elizabeth só estava fazendo o seu bom trabalho como madame dessas jovens. 

 

Houve uma revolta antifeudalista em 1514 e desde então um novo código legal húngaro fora criado, o chamado "Tripartitum" que reduziu os direitos dos camponeses a quase nada, enquanto protegiam os nobres que torturavam eles. 

 

Além disso, o rei devia muito dinheiro aos Nádasdy-Báthory, o que fazia com que Elizabeth estivesse acima de qualquer lei terrena.  

 

Os boatos sobre as atrocidades que Elizabeth realizava em seu castelo começou a tomar força quando os pastores locais passaram a se negar a realizar os ritos funerários para as criadas de Elizabeth, que constantemente morriam de "cólera" ou "causas desconhecidas e misteriosas". 

 

Em certo dia, Elizabeth pediu para que um grupo de pastores realizassem as benções em um caixão de grande dimensão, mas eles se negaram ao saber de relatos que afirmavam que ali estavam três jovens mortas, que foram torturadas por Elizabeth e seu "esquadrão da tortura". 

 

O esquadrão da tortura de Elizabeth contava com quatro pessoas além de a própria Condessa Sangrenta: Ilona Jó, a enfermeira dos filhos de Elizabeth; Dorka, uma velha amiga de Ilona; a lavadeira do castelo, Katalin e um jovem desfigurado conhecido como Ficzkó. 

 

As torturas se iniciavam a partir de qualquer equívoco cometido pelas camponesas, poderia ser um erro no ponto de crochê, a absolutamente qualquer coisa que desagradasse a Elizabeth. 

 

Se ela sentisse vontade de torturar e matar alguma criada, ela certamente o faria. O castelo contava com um salão de tortura, equipado ao longo dos anos com máquinas e acessórios que possibilitassem a tortura. A brutalidade era devastadora. 

 

Em 1604 o Cavaleiro Negro adoeceu e morreu. A morte do marido modificou Elizabeth, ela estava ainda mais cruel e insaciável. No alto de seus 44 anos ela se tornou descuidada, e como os pastores não faziam mais os ritos fúnebres, Elizabeth passou a ordenar que os corpos das vítimas fossem simplesmente arremessados para fora dos muros do castelo, para que fossem devorados por lobos. 

 

Com os corpos sendo arremessados para fora do castelo, os boatos de tortura passaram a se tornar reais e à medida em que o esquadrão de Elizabeth ia até as cidades em busca de novas camponesas, as famílias dessas jovens na flor da idade, escondiam suas filhas. Os camponeses não podiam fazer acusações contra os nobres, até porque todas as jovens levadas para o castelo eram compradas por Elizabeth.  

 

Os boatos sobre a maldade de Elizabeth começaram a se tornar histórias vampirescas, um dos rumores mais duradouros da época era o de que Elizabeth se banhava no sangue fresco das jovens vítimas, segundo os contos, ela o fazia para preservar sua idade e beleza.


A beleza de Elizabeth ficou de fato evidenciada em um retrato da condessa feito em 1585. Mas jamais fora comprovado que os banhos de sangue realmente aconteciam. 

 



Em 1609, Anna morreu subitamente, e Elizabeth começou a ficar sem dinheiro. Erzsi Majorava, passou a ser a conselheira de Elizabeth, que se sentia extremamente solitária sem seu marido e agora, sem sua colaboradora cruel. Segundo rumores, Erzsi era a "bruxa da floresta", uma camponesa local que entendia de ervas e possuía conhecimentos sobre o ocultismo. 

Elizabeth estava ficando "louca de solidão", pois seus filhos haviam se casado e ela morava sozinha em um castelo enorme. Suas companhias eram as lavadeiras do castelo, a bruxa da floresta e o rapaz, Ficzkó. 

 

Com todos esses sentimentos de solidão, sem novas camponesas para matar e com os problemas financeiros surgindo, Elizabeth decide abrir uma "escola de formação para meninas", chamada Gynaeceum (termo original em latim para "gineceu", um aposento reservado às mulheres na Grécia Antiga). Uma escola voltada para garotas nobres em que eram cobradas altas taxas das famílias aristocratas dessas jovens herdeiras, para que Elizabeth as ensinassem como administrar terras e a como serem boas esposas. 

 

É claro que a sede de sangue de Elizabeth falou mais alto, e rapidamente a escola para meninas não passou de fachada para conseguir jovens moças que serviriam de objetos de tortura para Elizabeth e seu esquadrão. 

 

O problema e a prova mais concreta da loucura de Elizabeth, é que essas não eram camponesas, eram herdeiras de famílias poderosas que estavam preocupadas com o paradeiro de suas filhas. 

 

Quando as jovens simplesmente desapareceram, Elizabeth relatou que uma delas ficou com tanto ciúmes das outras moças, que matou cada uma delas. É claro que a desculpa bizarra de Elizabeth não convenceu ninguém e o rei foi envolvido no caso, para que tomasse providencias. 

 

Como havia sangue nobre derramado e famílias importantes enfurecidas, o rei Mátyás agiu contra Elizabeth. E em 1610 o rei ordenou que seu palatino, György Thurzó investigasse a condessa Báthory. 

 

György era um dos melhores amigos de Nádasdy que prometeu no leito de morte do amigo que protegeria Elizabeth, mas eram ordens do rei, ordens que não poderiam ser descumpridas. Então ele deu início as investigações e estava determinado a descobrir a verdade. 

 

Com as investigações iniciadas ele teve centenas de confirmações dos terríveis feitos de Elizabeth, e foi levantado que a condessa havia matado pelo menos 175 garotas a sangue frio. 

 

Tudo indicava que Elizabeth havia de fato matado mais garotas do que isso, mas como György tinha prometido ao amigo que cuidaria da condessa, decidiu falar com o filho de Elizabeth, ele então escreveu uma carta ao filho da condessa contando sobre a investigação. O filho por sua vez não fez questão de negar os fatos, mas pediu que Elizabeth não fosse levada a julgamento, pois isso mancharia o nome de toda a família. 

 

Eles firmaram um acordo em que os criados de Elizabeth fossem interrogados e que a condessa fosse trancafiada em seu próprio castelo como punição. 

 

György então se convidou para ir até o castelo na noite de natal daquele ano. Elizabeth recebeu György e o próprio rei e fora uma anfitriã amável, até tentar envenenar os dois com uma sobremesa preparada pela bruxa da floresta. Eles foram embora imediatamente depois de perceberem a real intenção da condessa. 

 

Na véspera de ano novo, György acompanhado por outros homens do rei invadiram o castelo de Elizabeth e o cenário não poderia ser pior, haviam corpos se decompondo no local, eles encontraram outras meninas agonizando e conseguiram chegar ao salão de tortura enquanto seguiam gritos aterrorizados de outras vítimas que estavam sendo torturadas por Elizabeth e seu esquadrão. Eles foram pegos em flagrante. 

 

Os criados de Elizabeth foram torturados até confessarem todos os crimes e a condessa foi presa formalmente no dia seguinte nas masmorras de seu próprio castelo. 

 

Os membros do esquadrão de tortura de Elizabeth relataram o quanto Milady era cruel e implacável, e ainda afirmaram que o número de vítimas chegava a 650 garotas.  

 

Elizabeth nunca fora julgada formalmente, mas os membros de seu esquadrão receberam pena de morte. E Elizabeth permaneceu trancafiada na masmorra de seu castelo até morrer em 22 de agosto de 1614, com 54 anos de idade, após reclamar que suas mãos estavam frias. 

 

Ela foi enterrada em solo sagrado, mas seu corpo provavelmente foi removido, pois em 1995 sua cripta foi aberta e nenhum resto de Elizabeth foi encontrado. 

Fonte de pesquisa: 

Resenha do Livro "Lady Killers - Assassinas em Série 

Ficha Técnica do livro

  • Título: Lady Killers - Assassinas em Série
  • Autora: Tori Telfer
  • Editora: DarkSide Books
  • Ano de Publicação: 2019
Os detalhes sórdidos dessa história você encontra no Livro Lady Killers

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Comentários

  1. Eu achava que sabia sobre a história dela, até ler esses eu texto haha, sensacionaaaaal...sou cada vez mais fã dessa mulher!

    E aliás, valeeeeeeeu por falar da página, amei ☺️☺️☺️☺️☺️

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    1. Esse ainda foi só um resumo amigo!! E como assim você é fã dela? 😂😂😂😂

      E sobre a página, é claro que eu tinha que falar sobre!

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  2. Amei o texto! Tem um episódio da série Lore (Amazon), salvo engano da segunda temporada, que conta a história da Elizabeth Bathory. Vale muito a pena ler o texto e depois assistir o episódio 🥰 a série também é incrível!

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    1. Que bom gostou amiga 😻😻😻 não sabia dessa série, vou assistir!

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  3. Chokita com essa história, nem sabia dessa condessa. Cruellllll 😳

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    1. Também não conhecia antes do livro Lady Kllers, amiga. Ela foi cruel realzaoo!

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