Mary Ann Cotton - Mulher Maldita

Resenha com conteúdo extremamente violento: assassinato em série e violência contra a criança. Não é indicado para pessoas sensíveis e é recomendado para maiores de 18 anos. 

"Alguns dizem que Jack, o Estripador, foi o primeiro assassino em série da Inglaterra, mas isso acontece apenas porque os outros foram esquecidos." 

Mary Ann Robson (nome de solteira), nasceu no dia 31 de outubro de 1832, no Condado de Durham, na Inglaterra. Seus pais ainda eram adolescentes quando Mary nasceu, e por isso eram pobres. 

Durante a sua infância, Mary e a família sempre se mudavam para que o pai pudesse encontrar emprego, pois ele era um mineiro e assim que o trabalho acabava em uma mina, ele precisava seguir para outra. 


Mary descrevera sua infância como uma fase feliz de sua vida, ainda que, sua irmã caçula tivesse falecido enquanto elas ainda fossem crianças e o pai das meninas também tivesse morrido em um terrível acidente, após cair em um buraco de uma das minas em que trabalhava e não ter resistido.  


Mary disse que apesar das perdas incuráveis que teve em sua infância, ela se sentia livre. Livre das obrigações impostas a ela por toda a vida: o casamento, a maternidade e as preocupações com dinheiro. 


Essas preocupações passaram a assombrar Mary assim que seu pai morreu, quando ela ainda tinha 9 anos de idade, pois, Mary precisou ajudar ativamente no sustento da família. 


Ela foi descrita como uma trabalhadora forte e habilidosa, além de ser considerada uma criança "excepcionalmente bonita". Em sua adolescência trabalhou como professora em uma escola dominical, depois como costureira, e por último, como criada de uma família rica.  


Esse último emprego mudou Mary para sempre, ou apenas aflorou algo adormecido dentro de si, pois, ela conheceu os deslumbres luxuosos que o dinheiro poderia pagar. 


Mary nunca foi uma mulher rica, mas sempre que podia contratava uma criada para humilhá-la, pois, ela acreditava que todos que estavam abaixo de seu status social não merecia respeito, ou dignidade. 


Quando Mary tinha 19 anos de idade ela se casou pela primeira vez. A cerimônia aconteceu longe de seus familiares, pois, Mary já estava grávida e quis evitar um escândalo.  


O casamento com o senhor William Mowbray era uma chance de Mary finalmente sair da pobreza, mas, na verdade ela só a viveu de outra forma, já que William a levou para morar em uma favela no sudoeste da Inglaterra. Nesse novo lar, Mary deu à luz a 4 ou 5 filhos, mas infelizmente todos morreram sem ao menos terem sido registrados. 


Anos depois Mary e William finalmente retornaram para o norte da Inglaterra com uma filha, Margaret Jane, que faleceu logo após a mudança por exaustão. Esse foi um momento extremamente difícil para Mary, já que no fim de tudo haviam apenas túmulos para visitar. 


Provavelmente todas essas perdas mostraram para Mary que seus filhos eram descartáveis... ou "inadequados para o mundo". De qualquer forma, os Mowbray seguiram se mudando para que William pudesse trabalhar, assim como o pai de Mary, William desempenhava funções pesadas e com baixa remuneração. 


Eles só se estabeleceram em uma cidade quando William conseguiu uma vaga em um navio a vapor, então eles se mudaram para uma cidade litorânea, onde tiveram mais três filhos: Isabella, uma segunda Margaret Jane e John Robert, que faleceu um ano depois de "diarreia".  


Certamente a reutilização do nome de Margaret Jane trazia átona a dispensabilidade das crianças... a primeira Margaret havia morrido em 1860 e a segunda nascera em 1861. 


Além de as perdas dos filhos, Mary sempre ficava sozinha, pois, William ficava por meses em alto mar. Isso a aproximou de Joseph Nattrass, um homem ruivo que trabalhava em uma mina e morava em uma cidade vizinha. 


Eles se apaixonaram e mantiveram um romance pôr anos. Não se sabe exatamente em que momento Mary passou a ser a pessoa que causava a morte de seus entes queridos e não mais a pessoa que perdia aqueles que amava... mas ela descobriu o que o arsênico podia causar no corpo humano. 



Sendo assim, William faleceu em 1865, a causa de sua morte foi considerada febre do tifo e diarreia. Não se sabe se a morte dele fora provocada pelo envenenamento por arsênico, pois, os sintomas da febre do tifo não são semelhantes aos causados pelo veneno.  


Porém, na época, os médicos sempre confundiam "febre do tifo", com "febre tifoide", e usavam os termos sem distinção. E os sintomas da febre tifoide são muito próximos aos sintomas de envenenamento por arsênico. 


Nunca ficou comprovado na história, o real motivo da morte de William. A única coisa que sabemos é que sua morte foi bastante conveniente para Mary, que conseguiu um grande montante de dinheiro do seguro de vida de seu falecido marido.  


E logo após pegar o dinheiro, ela mudou-se com suas duas filhas para a cidade de Joseph, pouco tempo depois a segunda Margaret faleceu com os mesmos sintomas do pai, "febre do tifo", e Mary mandou Isabella para morar com a avó materna. Isabella viveu somente até os 9 anos de idade e foi a filha de Mary que mais viveu. 


Quando Mary se viu livre de todos de sua família, foi procurar Joseph, e descobriu algo que acabou com todos os seus planos: Joseph era casado. Com a grande desilusão amorosa, Mary voltou a sua antiga cidade e passou a trabalhar como enfermeira. Rapidamente ela ficou conhecida como a enfermeira que conseguia deixar os homens sob seus cuidados "extremamente à vontade". 


Um de seus pacientes era George Ward, um homem forte e atraente que ficou completamente encantado com a nova e bela enfermeira, a pedindo em casamento quase que instantaneamente. Mary aceitou o pedido e o casamento aconteceu mais uma vez longe de seus familiares. 


Mary não engravidou de George, mas, ele faleceu cerca de 15 meses após o casamento com os sintomas clássicos de envenenamento por arsênico: diarreia, dores no estômago e formigamento nos pés e nas mãos. 


Com o seu segundo marido morto, Mary mudou-se novamente e se candidatou a uma vaga de doméstica na casa de um homem rico com 5 filhos. Seu nome era James Robson, um recém viúvo. 


Antes de o Natal de 1866 Mary Ann já estava morando com James. Uma semana após a sua chegada, o filho caçula da família Robson estava morto. Ao mesmo tempo em que Mary se livrava dos filhos do seu próximo alvo, ela fazia de tudo para que ele se apaixonasse por ela. Eventualmente o plano deu certo, pois, em março de 1867 Mary estava grávida de James. 


Nessa mesma época a mãe de Mary adoeceu. Mary, foi então para sua antiga cidade cuidar da mãe, porém, 9 dias após sua chegada, ela estava morta. Mary pegou sua filha Isabella e retornou rapidamente para a casa de James. 


Abril de 1867 foi um terrível mês para a família Robson, pois, em apenas 10 dias, 3 de suas crianças espumavam pela boca e vomitavam compulsivamente. Dias depois Isabella que estava com 9 anos, morreu de "febre gástrica". Os filhos de James também morreram com sintomas parecidos com os de Isabella. Todas as causas das mortes foram tidas como "naturais". 


Nem mesmo todas essas sucessões de mortes levantaram suspeitas, já que eram comuns que crianças morressem naquela época. As mortes próximas também demonstraram o quão impaciente Mary estava se tornando... 


Em agosto desse mesmo ano Mary e James se casaram em mais uma cerimônia solitária. O bebê que ela esperava nasceu em novembro e morreu de convulsões meses após o seu nascimento. 


Em 1869, Mary e James tiveram outro filho, George. Nessa mesma época eles passaram a brigar por dinheiro, já que James descobriu que Mary adquiriu pequenas dívidas na cidade e guardava para si, dinheiro que James disponibilizava para Mary comprar coisas para George. 


Em uma dessas brigas Mary ficou furiosa e simplesmente foi embora da casa levando algumas coisas e o bebê George. Alguns meses depois Mary voltou como se nada tivesse acontecido e se deparou com a casa lacrada. James havia fechado a casa com tábuas de madeira e se mudado para a casa de sua irmã. 


Quando Mary descobriu onde James estava decidiu deixar George com um amigo para escrever uma carta a James, e nunca mais voltou. O Amigo levou George até o pai, que a essa altura já desconfiava que Mary era uma assassina compulsiva. 


Quando Mary tinha 37 anos, ela se viu pela terceira vez livre de filhos e marido, e passou a se corresponder com uma antiga amiga de juventude, Margaret Cotton, que tinha um irmão, Frederick Cotton, um viúvo com dois filhos. 


Assim como James, Frederick precisava de uma governanta em sua casa, e Margaret achou que estava fazendo um grande favor ao irmão, levando Mary para sua casa. No início de 1870 Mary já estava morando na casa dos Cotton e semanas depois Margaret faleceu. 


A herança de Margaret ficou para o amado irmão que acabou se apaixonando por Mary, que engravidou do futuro marido. No outono daquele ano eles se casaram, mesmo que Mary ainda estivesse casada com James. Anos depois bigamia foi o único crime que Mary Ann confessou.  


Logo após o casamento com Fred, Mary fez um seguro de vida dos filhos do novo marido. E em 1871 eles se mudaram para a cidade de Joseph, o antigo amor proibido de Mary. 


Os Cotton passaram a viver na mesma rua de Joseph, e a família ainda contava com 5 integrantes: Mary, Fred, Frederick Jr, Charles Edward e o bebê Robert Robson filho de Mary e Fred. Na nova cidade, West Auckland, Fred encontrou um emprego como ajudante em uma mina de carvão.  


Quando Mary descobriu que se mudou para a mesma rua de seu antigo amor e que ele não era mais casado, seus sentimentos por Joseph afloraram rapidamente e ela não teria nenhum escrúpulo para se livrar dos Cotton o quanto antes. 


Mary sempre contou com os diagnósticos equivocados dos médicos da época, com as taxas de mortalidade infantil da Grã-Bretanha e com a sorte que a acompanhou por longos anos. Mas, ela passou a ser descuidada e até mesmo desesperada demais para que seus anseios fossem finalmente cumpridos. 


E com o seu antigo amor em sua rua, ela achava que não tinha mais "anos de vida" para aguardar que seus planos fossem executados com cautela. Então, Frederick Cotton acabou morrendo pouco tempo depois de se mudar para a nova cidade. Dias depois Joseph fora morar na casa de Mary como um "inquilino". 


Mary Ann sempre ficava feliz e animada perto de Joseph e certamente queria se casar com ele, agora que Fred estava morto. Afinal, seu modus operandi havia sido por toda a vida, se casar, engravidar e enterrar os seus maridos, seus filhos e os filhos de seus maridos. 


Para Mary, Joseph representava a sua última chance de ser feliz, era como se ele fosse uma aventura romântica para ela, uma aventura pela qual valia a pena matar. 


Porém, Mary tinha um outro anseio em sua vida, o apreço pelo dinheiro. Ela acabou conhecendo um homem mais rico que Joseph, o homem era um cobrador de impostos chamado Quick-Manning, ele sofria de varíola e contratou Mary para ser sua enfermeira. 


Quick rapidamente ficou encantado por Mary e todos na cidade passaram a comentar sobre as atitudes de Mary. No início todos sentiram pena da pobre viúva com 3 filhos para criar, logo após Joseph foi morar com ela e agora ela estava engatando um romance com outro homem.  


Todos esses eventos soaram estranho para todos, fora os boatos de que os filhos de Cotton eram maltratados por Mary, já que as crianças pareciam estar sempre morrendo de fome. Um vizinho chegou a questionar Mary sobre a condição das crianças, mas ela rapidamente respondeu que elas sofriam de "estômago fraco" e não tinham apetite. 


Na verdade, Mary Ann nunca tratou bem nem os filhos de seus maridos e nem os seus próprios filhos. E logo depois do ocorrido, Mary matou Frederick Cotton Júnior, a causa da morte foi dada como "febre gástrica", 20 dias depois ela matou o seu próprio bebê Robert Robson que faleceu depois de convulsões e dentição. 


Uma vizinha acabou indo até a casa de Mary para ajudá-la com as crianças e quando o bebê estava convulsionando, com os olhos vidrados e mal respirando ela gritou para Mary perguntando quem ela poderia chamar, e Mary respondeu: ninguém. 


4 dias após a morte do bebê Robert, Joseph, também morreu, mas seu diagnóstico foi de "febre tifoide". Joseph sabia que estava sendo envenenado por Mary e chagou a falar para a vizinha: não é febre o que eu tenho. A essa altura Joseph já entrava em colapso e o corpo do bebê Robert estava ao seu lado, pois Mary esperava Joseph morrer para economizar com as despesas do funeral. 


Logo após tudo isso, Mary engravidou de Quick e planejava se casar. Porém, Charles Edward, o último Cotton ainda estava vivo e para Mary, era o seu último empecilho para conseguir o seu novo casamento. 


Com o passar do tempo Mary passou a maltratá-lo mais ainda, machucava as orelhas de Charlie, puxava seus cabelos e na páscoa daquele ano jogou em uma fogueira o único brinquedo do garoto, uma laranja.

 

Em uma tarde, Thomas Riley, dono da mercearia do bairro e também farmacêutico da cidade, foi até a casa de Mary ver se ela poderia cuidar de outro paciente com varíola. Durante a conversa Mary insistia em dizer o quanto Charles era um fardo para ela, o quanto a responsabilidade de criá-lo caiu sobre ela e chegou a perguntar para Thomas se ele não poderia colocar o garoto em uma casa de correção.  


Thomas disse que não, e, Mary respondeu que: "Talvez isso não importe, já que não vou ter tanto trabalho assim. Ele irá embora, como o resto da família Cotton". 


6 dias após essa conversa Thomas passou pela casa de Mary e a viu em prantos pedindo por ajuda, dizendo que Charles estava morto. Durante a atuação de Mary ela pedia para as pessoas entrarem e ver o corpo do menino. 


Thomas por sua vez se negou a olhar o corpo de Charles e foi direto para a polícia. Um inquérito foi aberto contra Mary Ann. O corpo de Charlie foi autopsiado, mas sua morte foi considerada "natural". Porém, o médico que realizou o exame preservou parte das vísceras do garoto em potes de vidro. 


Mary acabou saindo livre, porém, os boatos na cidade e reportagens nos jornais acabaram fazendo com que a população compartilhasse das mesmas suspeitas que Thomas.  




Com os burburinhos pela cidade, o médico acabou se convencendo a reexaminar os restos de Charles, utilizando uma técnica mais sistemática e conseguiu encontrar arsênico por toda a parte. À meia-noite ele foi até a delegacia levar o novo laudo e Mary foi presa no dia seguinte. 


Inicialmente Mary fora acusada formalmente somente pelo assassinato de Charles, mas logo depois as mortes de Joseph, Frederick Júnior e a do bebê Robert também foram consideradas como assassinato. Os corpos foram exumados e foi encontrado arsênico em todos eles. A polícia também tentou exumar o corpo de Frederick Cotton, mas seu corpo não foi encontrado em lugar nenhum.  


Mary deu à luz a seu último filho na prisão e durante todo o julgamento ficou quieta e amamentando o seu bebê. A estratégia deu certo por um tempo, já que a mídia passou a escrever sobre como uma mulher frágil, mãe e silenciosa poderia ter cometido tantas atrocidades?  


E por mais que a defesa tenha explorado essa história e teorias de que não havia arsênico na casa de Mary na época dos crimes, a acusação rebateu os argumentos com laudo de um médico renomado que disse que a quantidade de arsênico encontrada no corpo de Joseph era suficiente para matar 4 homens. 


Mary só chorou durante o julgamento, quando a defesa fez um discurso melodramático sobre como uma mulher vitoriana, doce, bonita e mãe era frágil o suficiente para jamais cometer tais crimes. 


Porém, Mary foi condenada pela morte de Charles e o juiz disse a Mary: "um terrível assassinato, você parece ter dado vazão ao mais terrível dos delírios... o de que poderia executar seus planos sem suspeitas". 


E sua pena foi morte por enforcamento. Mary ficou imediatamente pálida ao ouvir sua sentença.  


Durante os seus últimos dias, Mary escreveu cartas e mais cartas para que sua pena fosse reconsiderada e insistia que era inocente, confessando somente o seu crime de bigamia. Ela também escreveu a James, para que levasse George para que ela o visse na prisão. Mas ele se recusou. 


Como nada funcionava Mary esfregou sabão na gengiva de seu bebê recém-nascido na esperança de que se o seu filho adoecesse, sua vida fosse poupada, mas não funcionou. E a única coisa boa que Mary fez para seu último filho, foi encontrar uma família para adotá-lo. 


Mary passou metade de sua vida grávida. Mary Ann usou a sua fertilidade para controlar e conquistar homens ao longo de sua vida. Mary foi considerada uma sociopata viciada no ímpeto de matar inocentes. Ela via o casamento e a maternidade como formas de aprisionamento, e por isso parecia desesperadamente querer se libertar de todas essas amarras.  



O problema é que ela viveu e reviveu essas formas de prisão em sua cabeça uma vez atrás da outra, como ciclos iguais, com pessoas e vítimas diferentes, mas numa mesma história que se repetiu até que ela fosse finalmente presa. 


No dia 24 de março de 1873, Mary andou por quatro minutos até a sua morte. Ela tinha 40 anos de idade, vestia um xale xadrez preto e branco. Já no cadafalso, Mary Ann ficou aterrorizada quando a corda rodeou seu pescoço. Suas últimas palavras foram: "Senhor, tenha misericórdia da minha alma". E então o chão se abriu sob seus pés. Mary demorou 3 minutos para morrer. 


Com a notícia da execução de Mary a cidade passou a comentar sobre como ela foi terrível, como as atrocidades que ela cometeu estavam além da clemência ou misericórdia humana.  


Também foi dito que nenhum monstro como Mary Ann respirou sob a terra. Porém, 15 anos depois a Inglaterra conheceria Jack, o Estripador. O serial killer mais famoso do país, que passaria a estripar prostitutas nas regiões mais pobres de Londres. Jack seria o maior monstro da Inglaterra e seria conhecido no mundo por suas atrocidades, atenção essa que Mary jamais conseguiu. 

Fonte de pesquisa: 

Resenha do Livro "Lady Killers - Assassinas em Série 

Ficha Técnica do livro

  • Título: Lady Killers - Assassinas em Série
  • Autora: Tori Telfer
  • Editora: DarkSide Books
  • Ano de Publicação: 2019
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