Cabeça Branca - O maior narcotraficante do Brasil


Essa história contém descrições de crimes e é indicada para maiores de 18 anos.


Cabeça Branca, a história do maior narcotraficante do Brasil. 



   Luiz Carlos da Rocha, nasceu em 11 de julho de 1959, em Uraí uma cidade próxima a Londrina, no Paraná.  

 

  Luiz era filho de pecuarista, gostava de jogar bola com seus amigos nas ruas, serviu o Exército e nessa época era conhecido como "Pedregoso". Ele cursou dois anos de Administração, na Faculdade Paranaense (Faccar), em Rolândia, no Paraná, e também pretendia voltar à universidade para estudar Direito. Mas sua vida tomou um rumo diferente. 

 

  Por volta dos anos 80, quando morava em Londrina, Luiz já realizava atividades ilegais, pois, integrava uma família de contrabandistas que importava café ilegal para o Paraguai.  

 

  Seu pai gerenciava o negócio desde 1950, naquela época já era considerado o maior exportador de café do mundo, mesmo que nunca tivesse plantado um pé sequer. Seu pai tinha uma fazenda na fronteira que era usada para escoar o café contrabandeado (muito valorizado no Brasil por causa do aperto na fiscalização do Instituto Brasileiro de Café - IBC).  

 

  O negócio de café era quase que uma espécie de ouro, porque os paraguaios compravam a saca por preços até 70% maiores do negociado no Brasil. Luiz ficou na fronteira, foragido, até descobrir que o "negócio do futuro" era o tráfico de drogas.  

 

  Quando reapareceu no radar da Polícia Federal, já era conhecido como "Cabeça Branca", e deixou o contrabando de café para assumir o tráfico de cocaína, porém, manteve toda a logística de seu pai, aproveitando a rota do café ilegal para traficar cocaína dos países vizinhos E assim, a trajetória da verdadeira vida criminosa de Luiz Carlos começou. 


  Ele virou amigo e protegido do comerciante Jorge Rafaat Toumani, mais conhecido como o “Rei da Fronteira”, que foi morto em junho de 2016 no Centro de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande. 

 

  Luiz sempre foi conhecido por sua diplomacia e expertise nos negócios. E como já estava acostumado com atividades ilícitas desde sempre conseguiu comandar por mais de 30 anos um esquema de tráfico internacional de drogas que era responsável por abastecer mensalmente países na Europa, África, Ásia e Estados Unidos. No Brasil ele também era responsável por fornecer droga ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho.  

 

  A droga que Cabeça Branca fornecia era considerada de alto grau de pureza, o que fez com que cerca de cinco toneladas de cocaína fossem fornecidas todos os meses. 

 

  Cabeça Branca era muito respeitado no mundo do crime, ele agia com muita discrição e costumava realizar pagamentos de propina para conseguir o silêncio de senadores e deputados no Brasil e Paraguai; de servidores públicos estaduais e federais em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo, além de muito provavelmente pagar funcionários dos portos de Santos e Itajaí, por onde "escoava" sua mercadoria. 

 

  O esquema funcionava, de acordo com os policiais federais responsáveis pela investigação, da seguinte forma: a cocaína era produzida na Bolívia, Colômbia e Peru, e atravessava a fronteira de carro, barco ou avião. Os carregamentos seguiam para fazendas no interior de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. De lá, a droga era transportada em carretas (normalmente com fundos falsos) para depósitos nos estados do Paraná e São Paulo.  

 

 O material já era separado por destino com rótulos diferentes que serviam para identificar os clientes e também o grau de pureza da droga, que era separada em lotes. A cocaína deixava os depósitos para os clientes. Uma parte seguia dos portos de Santos e Itajaí em navios para Europa e África. Depois, para os Estados Unidos e para a Ásia. Outra parte ficava no Brasil, entregue em São Paulo para traficantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e, no Rio, para criminosos do Comando Vermelho. 

 

  A entrada de cocaína era tão grande que o consumo crescente da droga, fez com que o Brasil fosse considerado o segundo maior consumidor do mundo. E a exportação desses carregamentos para África, Europa, Ásia, EUA, tornou o Brasil no maior entreposto dessa droga (pelo menos na época das atividades diretas de Cabeça Branca). 

 

  Cabeça Branca se tornou um narcotraficante tão notório que foi comparado a Pablo Escobar, um narcotraficante colombiano conhecido mundialmente que foi morto na cidade de Medellín, na Colômbia, em 1993. 

 

  Com mais de 30 anos de atividades no crime, a Polícia Federal estima que ele tenha reunido uma fortuna em bens que se aproxima a marca de R$ 325 milhões e movimentado uma cifra superior a R$ 1,2 bilhão. Valores que transformam Fernandinho Beira-Mar, e Marcola, traficantes classificados como "barões das drogas" no continente, como criminosos "medíocres". Não houve ninguém do nível de Cabeça Branca procurado pela Polícia Federal e que ficou por anos na lista de mais procurados da Interpol. 

 

  Durante anos ele conseguiu escapar da polícia graças a intervenções cirúrgicas que modificavam seu rosto. Os policiais federais acreditam que ele tenha realizado pelo menos três cirurgias plásticas e implantes de cabelo. Além de usar documentos falsos em que se apresentava como o pecuarista Vitor Luis de Moraes, nascido no dia 7 de janeiro de 1962, em Tocos de Moji, em Minas Gerais.  


Cabeça Branca e algumas de suas faces

  Único nome aparentemente conhecido por sua última esposa, que jurou em depoimento que se casou com Vitor Luis e não fazia ideia de quem era Cabeça Branca, ou Luiz Carlos da Rocha. Ao todo, Cabeça Branca foi casado quatro vezes e teve quatro filhos.  

 

  Para prender o maior traficante do Brasil, a Polícia Federal se viu obrigada a comprovar que o homem que se apresentava como Vitor de Moraes era, na verdade, Luis Carlos da Rocha, o Cabeça Branca. Softwares compararam detalhes das feições do rosto, descaracterizado por cirurgias plásticas, antes de pedir a prisão do criminoso. Esse laudo foi peça-chave da investigação que em 01 de julho de 2017 conseguiu prender Cabeça Branca na cidade de Sorriso, no Mato Grosso, em uma padaria em que fora comprar pão. 

 

   Segundo o Delegado Elvis Secco, em reportagem ao jornal El Pais: "Ele não é considerado violento. É um embaixador do tráfico. A guerra das facções (entre o Comando Vermelho e o PCC) estourou e ele continuava imune justamente pela boa relação diplomática que tinha com todas as facções nacionais e internacionais". 

 

   Outros envolvimentos de Cabeça Branca com a política e o crime organizado no país ficaram evidenciados em depoimentos da Operação Lava Jato, em que ficou constatado que ele lavava dinheiro e parte dos lucros do tráfico de cocaína com o doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Lava Jato.  

 

   As relações do traficante com a lavanderia, que distribuiu o dinheiro desviado da Petrobras a políticos, veio à tona num segundo depoimento prestado em 2018 por outro doleiro, Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, que trabalhou para Youssef.  

 

   É nítido que os negócios prósperos do maior narcotraficante do país só foram possíveis com a colaboração de políticos e agente de segurança pública que aceitaram propina e colaboram diretamente com o transporte e com a exportação das drogas. 

 

   É claro que as mudanças em sua aparência dificultaram sua identificação, não é à toa que foi considerado um fantasma, ou o narcotraficante sem rosto. 

 

   Mas depois de anos de investigação e vários becos sem saída, o maior traficante do Brasil foi preso e condenado a mais de 100 anos de prisão, hoje em dia está com 61 anos de idade e cumpre pena em um presídio de segurança máxima. 



A editora Record lançou no final de março de 2021 a biografia de Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, preso em 2017 pela Polícia Federal após uma caçada de quase 30 anos. Ele é considerado nacional e internacionalmente um dos maiores traficantes de drogas brasileiros de todos os tempos.


Fontes de Pesquisa:

 

 

 


https://www.youtube.com/watch?v=_37VVfUm2TM&ab_channel=DomingoEspetacular 





Livro: Cabeça Branca - A caçada ao maior narcotraficante do Brasil 

https://amzn.to/3fut5jO


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Por Thainá Bavaresco.



Comentários

  1. E a galera comprando os livros do Flávio Augusto, ou do Primo Rico...esse cara sim que é um empreendedor hahaha.

    Mas sensacional a história dele, eu mesmo não sabia de 90% do que estava aí, parabéééééns!!!

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    1. HAHAHAHAHHAHAHA pois é, eu vou comprar com certeza e trarei mais informações sobre ele!!!!!
      Obrigada, amigooo!

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  2. O cara superou Marcola e Fernandinho-Beira-Mar, não tem como falar que esse aí não fez “história”! Texto incrível!

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    1. hahahahhah pois é bbzinha, fique com medo de chamá-los de "medíocres" fiquei!!! Mas nas fontes de pesquisa falam que eles são "pé-de-chinelo" perto do Cabeça Branca kkkkkkkkkkkk achei "medíocre" de bom tom.
      E obrigada!!! <3

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